Surgido na Argentina no final da década de 1950, e adaptado recentemente como uma série de sucesso da Netflix, O Eternauta é um clássico de primeira grandeza na cronologia global dos quadrinhos, que inspira ainda hoje milhares de leitores, fãs e estudiosos com sua narrativa de ficção científica madura e inconfundivelmente latino-americana.
Lançada 15 anos depois da conclusão da obra original, esta sequência reuniu pela última vez a brilhante dupla formada pelo desenhista Francisco Solano López e pelo roteirista Héctor Germán Oesterheld, que na época havia entrado na clandestinidade por conta de sua militância contra a ditadura militar argentina, o que o levou a intensificar ainda mais o subtexto político da HQ.
A trama se inicia exatamente onde o primeiro O Eternauta termina, com o próprio Oesterheld, como personagem, apavorado pela história que lhe fora relatada por um misterioso viajante da eternidade chamado Juan Salvo. Ele faz um alerta ao Juan do presente e seus companheiros sobre a tragédia que os aguarda, mas o grupo acaba preso em uma dobra espaço-temporal que os transporta para um futuro remoto, no qual o mundo virou ruínas e a sociedade, reduzida a um estado primal, agora é dominada por um ditador de outro mundo.
Meses antes da publicação do último capítulo, Oesterheld desapareceu por definitivo nas mãos do governo militar, nos deixando O Eternauta – Segunda Parte como seu clamor final por uma ideia de resistência coletiva e construção de um futuro melhor.
Publicada pela primeira vez entre 1976 e 1978 na revista Skorpio, a emocionante continuação da obra definitiva das HQs argentinas chega no exato mesmo padrão impecável da primeira parte. São mais de 200 páginas em papel offset de alta gramatura, capa dura, marca-páginas exclusivo, uma luva especial para acomodar o volume ao lado da edição anterior, e paratextos assinados pelo escritor portenho Juan Mattio e pelo desenhista José Muñoz (Alack Sinner).
Um quadrinho importante e genial como seu antecessor!