Olá, colecionadores e entusiastas da nona arte!
Quem aí está afim de conhecer mais uma bela coleção de quadrinhos? Ahá! Eu sabia, todo mundo!
Hoje conheceremos um pouco do belo acervo de Leandro Ernani, um grande apaixonado por Disney, Turma da Mônica e Batman.
Para a máquina continuar funcionando a todo vapor, leiam, comentem, compartilhem e indiquem para os amigos! Yeah!
Olá, Leandro! Muito obrigado por topar participar dessa entrevista.
Para começar nos conte um pouco sobre você, onde nasceu, mora, o que faz na vida profissional?
Olá, amigos do Pipoca e Nanquim e colegas colecionadores! Meu nome é Leandro Ernani Freitag, tenho 28 anos de idade, nasci em Cascavel (PR) e moro desde criança em Santa Catarina, atualmente, na pequena cidade de Capinzal, com minha esposa, Joice. Sou formado em Direito e trabalho no Fórum desde 2005, primeiro como técnico, e hoje, como analista jurídico (escrivão).
Quando você começou a se interessar por quadrinhos?
Desde criança; praticamente aprendi a ler nos gibis. Meu pai tinha uma pequena coleção em casa (cerca de 200 a 300), principalmente Disney e Turma da Mônica, e foi ali que começou a admiração pelos quadrinhos. Eu li tantas vezes aqueles gibis, que eu sabia todas (mesmo!) as histórias de cor, só de olhar a capa.
Dos gibis, naturalmente passei aos livros, dos quais sempre fui também um leitor voraz, mas sem deixar de lado as histórias em quadrinhos. Hoje, os gibis “disputam” espaço aqui em casa com os livros (jurídicos e de ficção), os quais também só aumentam em número.
Você se lembra da primeira vez que se viu fascinado por uma HQ? Qual foi a história ou revista?
Sim, foi a história “A volta a Quadradópolis”, no Almanaque Disney 227. O traço (que mais tarde vim a saber ser de Don Rosa) me fascinava muito, assim como a inacreditável quantidade de detalhes nos desenhos e o roteiro que mais parecia um filme de ação.
Além dessa história, também tinha 3 manuais (da coleção do meu pai): Manual do Escoteiro Mirim, Manual do Mickey e Manual do Tio Patinhas. Todos, além de muito divertidos, tinham várias informações sobre o modo de fazer coisas, dados históricos e tal, enfim, eram uma aula à parte, e certamente ler e reler os manuais tantas vezes foi um fato que veio a influenciar minha leitura para toda a vida, tanto que tenho esses manuais até hoje.
Quando aconteceu a mudança de leitor ocasional para colecionador inveterado?
Com cerca de 10 ou 11 anos de idade, ganhei de presente de aniversário de meus pais, uma assinatura dos gibis Disney; foi quando comecei a organizar as revistas em ordem, catalogar e etc. Eu lia tanto que meus pais chegavam a brigar comigo, sempre dizendo que eu precisava “dar uma folga” nos gibis e livros e sair para “respirar ar puro” – e é claro que eles estavam cobertos de razão (risos). Depois, na época de faculdade, dificilmente comprava gibis (salário de estagiário é fogo…), mas retomei o hábito de comprar HQs depois que me formei.
Hoje, compro mensalmente em torno de 15 a 30 gibis (dependendo dos lançamentos do mês), fora o que compro ocasionalmente em sebos e pela internet.
Quantas HQs você tem?
Tenho 3.358 gibis cadastrados no site Guia dos Quadrinhos; e mais 22 gibis “aguardando” leitura e cadastro.
A maioria dos gibis que tenho é Disney (1.665); depois, Turma da Mônica (1.471); e por último, DC (147). O restante entra na categoria “diversos”, como Trapalhões, Angélica, Xuxa, Riquinho, Luluzinha, Recruta Zero, etc.
Quanto à Marvel, não coleciono; até tenho alguns encadernados do Demolidor, único personagem da Marvel que admiro – mas realmente não gosto do Capitão América e do Thor, e não vejo graça nenhuma no Homem-Aranha (os “marveletes” que me desculpem, mas ser “decenauta” é fundamental!!!).
Os gibis da DC que tenho são principalmente alguns seriados ou especiais, além de encadernados mais recentes, sendo a maioria do Batman (meu personagem favorito). Aliás, a admiração pelo Batman veio primeiro dos filmes e da antiga animação “Batman – The animated series”, e só depois é que foi “transportada” para os gibis.
Além disso, adquiri mais recentemente o hábito de ler gibis no iPad, não apenas por causa da economia envolvida, mas principalmente por força do pouco espaço físico que tenho para acondicionar (de modo organizado) os gibis. Assim, tenho 74 GB de scans no computador (e nem metade foi lida ainda). De todo modo, continuo comprando os gibis “em papel”; apesar de gostar muito da tecnologia, para as HQs, acho que o papel é insubstituível (ao menos por enquanto).
Quais são os principais itens de sua coleção, séries e minisséries completas, encadernados de luxo, edições raras, etc.
Acredito que não possuo um item particularmente raro. Talvez o Almanaque Disney 2, que é de janeiro de 1971, seja o mais difícil de encontrar por aí.
De coleções completas, tenho, entre outras: Aventuras Disney (48 números); A obra completa de Carl Barks (41); Mestres Disney (6); Pateta na História (20); Essencial Disney (20); Clássicos da Literatura Disney (40), Coleção DC 75 anos (4), Coleção Histórica da Turma da Mônica (34) e Turma da Mônica Jovem (59), estes dois últimos ainda sendo lançados; nenhuma dessas coleções é rara porque são todas relativamente recentes.
Qual o item mais raro de todos?
Acredito que seja não um gibi, mas sim uma moeda de “1 Pataca”, que vinha de brinde com o Manual do Tio Patinhas, de 1972. A moeda, que tem a face do Tio Patinhas em um dos lados e os dizeres “1 Pataca” na outra, tinha a função de ser uma réplica da “Moedinha N. 1”, a moeda da sorte do Tio Patinhas (muito embora, nas histórias, a moeda dele seja, na verdade, de dez centavos).
Meu avô deu esse manual (com a moeda) ao meu pai, que depois, vendo o quanto eu gostava e cuidava dos gibis, deu pra mim, também junto com essa moeda. Pelo valor sentimental, é certamente meu bem material mais valioso, assim como a Moedinha N. 1 é para o Tio Patinhas! (Na verdade, isso é o que o Patinhas diz, mas Don Rosa já contou para nós que o bem material mais valioso do Tio Patinhas é um certo cacho de cabelos dourados…).
Aliás, destaque para a frase na última página do Manual do Tio Patinhas. Valores sociais nas HQs, você vê por aqui!
E qual foi a maior raridade que já comprou pelo menor preço?
Nem tanto pela raridade, mas pela pechincha: Batman – O Longo Dia das Bruxas, que comprei num sebo, completa e intacta, por dez reais.
Você compra HQs importadas?
Infelizmente não tenho o hábito. Só possuo 3 gibis importados: dois são Uncle Scrooge, 385 e 386, que comprei pela internet num site brasileiro (Planeta Gibi), e 1 é alemão: Lustiges Taschenbuch 149, que encontrei por acaso num sebo e, devido à descendência da minha família, não resisti em comprar (embora não seja fluente em alemão).
Possui algum item autografado?
Não (ainda!).
Como você guarda sua coleção de HQs? E qual técnica usa para conservá-las?
Deixo as HQs numa estante, com portas de vidro, só isso. Não tenho o costume de acondicionar em sacos plásticos, mas planejo fazer isso assim que possível, pelo menos com os gibis mais antigos.
Todo colecionador tem manias, seja um ritual para leitura, uma bela cheirada na revista nova ou nunca se desfazer de nada, qual é a sua?
Adquiri o costume de sempre ler a última página do gibi antes de começar a ler (mas apenas os gibis Disney e Turma da Mônica), para ler a história de três quadrinhos da última página. Depois disso é que vejo a capa do gibi, e sempre gosto de observar bem a capa, os detalhes da arte e etc.
Além disso, gosto de manter os gibis organizados, separados por editora, e em ordem cronológica, o que está cada vez mais difícil pela falta de espaço – algumas pilhas já estão “misturadas”. Preciso aqui agradecer à minha esposa Joice, que mesmo não sendo uma leitora “jedi” como eu (mas apenas uma aprendiz “padawan” no vício de ler quadrinhos), sempre tem paciência para me ajudar a organizar os gibis na estante.
Tem algum item que quer muito ter, mas está praticamente impossível de encontrar?
Almanaque Disney 1, que procurei pela internet e não encontrei – mas comprei o número 2 pelo menos.
Qual foi sua última leitura e qual está sendo a atual?
Li recentemente Batman – Colheita Maldita, Batman – Gordon de Gotham, e Capuz Vermelho – os Dias Perdidos. Agora, estou lendo, além de toda a “Bat-família” dos Novos 52, Batman – Gotham após a meia-noite – fora as edições mensais dos gibis Disney e Turma da Mônica (dos quais apenas faço questão de não ler o gibi do Neymar e Ronaldinho Gaúcho, porque não curto histórias em quadrinhos baseadas em pessoas reais na forma que é feita ali).
Quais são seus 5 quadrinhos favoritos da Disney e os 5 melhores da DC?
É difícil resumir tanto, mas sem pensar muito, eu escolho:
DC:
1) Cavaleiro das Trevas (a qualidade e a fama dispensam comentários…);
2) O Longo Dias Das Bruxas;
3) A Piada Mortal;
4) Coringa, de Azarello e Bermejo (inspirou o Coringa do 2º filme da trilogia de Nolan);
5) Batman – Ano Um.
Disney:
1) Saga do Tio Patinhas (Don Rosa “costura” toda a vida do Tio Patinhas com a obra de Carl Barks. Se existisse algo como a perfeição, seria sem dúvida essa saga);
2) Volta a Quadradópolis;
3) Perdidos nos Andes (a parte 1 da história Volta a Quadradópolis);
4) O Último Trenó Para Dawson;
5) Os Guardiões da Biblioteca Perdida.
Sei que o número já se esgotou, mas… além destes, preciso citar a Obra Completa de Carl Barks, o criador dos Patos; a visão e a profundidade dos quadrinhos de Barks são inigualáveis.
E ainda, os gibis da Turma da Mônica Jovem, agora no número 59. Maurício de Sousa acertou em cheio em trazer a Turma na fase da adolescência, ora se envolvendo em confusões intergalácticas com megavilões, ora com os mesmos problemas que todo adolescente enfrenta com os amigos, família, escola e etc. Sem dúvida nenhuma o gibi pelo qual espero mais ansiosamente todos os meses – além, claro, do Batman dos Novos 52.
Além de quadrinhos, você também possui outras coleções?
Não chamaria exatamente de coleção… mas tenho alguns itens que fui acumulando. Tenho alguns action figures, e também alguns brinquedos e carrinhos do Batman, além de canecas, chaveiros e tal, principalmente do universo do Homem-Morcego. Destaque para um baralho do Batman, muito bonito, com cartas pretas, que veio em uma lata junto com o Blu-ray do The Dark Knight Rises.
Como gosto de filmes antigos, tenho também os principais filmes do Batman e Superman, incluindo um filme do Batman de 1966, um seriado de 1943, e ainda um filme do Superman de 1948 e um outro de 1950, além de outros itens “perdidos” aqui e ali, com destaque para o pomo de ouro do Harry Potter, presente da minha irmã diretamente das terras londrinas.
Obrigado pelo papo, Leandro! Para finalizar, deixe um recado para os leitores do Pipoca e Nanquim e colecionadores do Brasil.
Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade ao Pipoca e Nanquim para mostrar minha coleção que, espero, só aumente com o passar dos anos.
Adaptando uma famosa frase: uma coleção é como uma jornada de mil quilômetros, começa com um único passo. Portanto, mesmo que tenha poucos itens (ou um apenas), ainda assim todos podem começar uma coleção, basta ter paciência e ir procurando aos poucos os itens que você realmente gosta – além, claro, de dedicar tempo, investimento e espaço físico para tanto. Mas o mais importante numa coleção é colecionar porque curte, não porque alguém falou que o item é valioso ou “legal”, mas porque tem uma importância pra você.
Portanto, leia, colecione, e incentiva a leitura entre seus amigos e familiares, pois todos ganham com isso. Desejo vida longa e próspera, e que a força esteja com vocês!
Minha Estante é um espaço pra você, colecionador de HQs, mostrar sua coleção, falar sobre prazeres e vicissitudes desse hobby, conhecer outros fãs e proporcionar aquela inveja boa.
Convidamos a todos que possuem belas coleções de quadrinhos a mostrarem elas aqui!
É só mandar um e-mail para [email protected] dizendo alguns detalhes (números de revistas, itens raros e particularidades) que em seguida combinamos a entrevista.
Até a próxima!